Pai, mãe, filhos, primos, amigos, conhecidos, conhecidos de conhecidos....
Transtornos de Personalidade
Era uma pessoa com um comportamento dito “normal”, até àquele dia. Os amigos não conseguem ainda acreditar como ele foi capaz de agredir alguém. Logo ele que era tão pacato, tão calmo … tão emocionalmente controlado, por vezes frio.
Essa frieza que o fez espancar um amigo quase até à morte por causas mesquinhas e fúteis, é agora motivo de apreensão. Contudo, por detrás destas mudanças comportamentais, aparentemente abruptas e inexplicáveis, existem muitas vezes transtornos de personalidade, que foram crescendo e minando internamente o sujeito, sem que ninguém desse por isso.
O que é a personalidade ?
A personalidade é definida pelo tipo de emoções e comportamentos que um indivíduo manifesta. O comportamento final de uma pessoa é, assim, resultado de todos os seus traços de personalidade e o que diferencia a normalidade da patologia é a frequência e a intensidade de cada traço.
Os transtornos de personalidade afetam o modo como o sujeito vê o mundo, como expressa as emoções e o comportamento social. Caracterizam um estilo de vida mal adaptado, inflexível e prejudicial quer a si próprio quer aos outros que com ele convivem.
Usualmente aparecem no início da idade adulta e, quando não são tratados, tornam-se crónicos. Poderíamos facilmente confundir manifestações comportamentais próprias da adolescência, com sinais de patologia. Então, ainda que os primeiros sinais de distúrbio surjam mais cedo, convencionou-se que o diagnóstico final apenas é feito na idade adulta.
Existem 9 tipos de personalidade…
Personalidade borderline (limite) - a instabilidade das emoções é o traço mais marcante deste transtorno. O seu comportamento impulsivo é frequentemente auto-destrutivo. Pessoas com este tipo de personalidade, tendem a não possuir um projeto de vida, ou uma escala de valores duradoura.
Personalidade anti-social - caracteriza-se pelo padrão social de comportamento irresponsável, explorador e insensível, assim como ausência de culpabilidade. Não têm capacidade para se ajustarem às leis vigentes, o que os leva a terem problemas legais e criminais. São pessoas que tendem a manipular os outros em proveito próprio e estabelecem relacionamentos com facilidade (principalmente quando é do seu interesse), mas dificilmente são capazes de mantê-los.
Personalidade esquizóide – há, sobretudo, dificuldade em estabelecer relações pessoais ou de expressar as emoções. A indiferença é o aspecto básico, assim como o isolamento e o distanciamento sociais. Aquilo que na maioria das vezes desperta prazer às pessoas, não lhes diz nada (como por exemplo, o sucesso no trabalho, no estudo ou uma conquista afetiva). Não se perturbam com elogios ou críticas.
Personalidade Paranoide - caracteriza-se pela tendência para a desconfiança em relação a tudo e a todos. Acreditam que estão sempre a ser explorados ou enganados, mesmo que não encontrem motivos razoáveis para isso. A expressão das emoções é muito pobre e controlada, o que os leva a serem encarados como pessoas frias. A hostilidade, irritabilidade e ansiedade são sentimentos frequentes entre os paranóides. Dificilmente se riem de si próprios, ou de seus defeitos, e ficam bastante ofendidos quando lhe apontam algum.
Personalidade dependente – as pessoas com este tipo de personalidade precisam de outras para se apoiarem emocionalmente. Sentem-se completamente desamparadas quando estão sozinhas. Permitem que os outros tomem decisões importantes a respeito de si mesmas. Resignam-se e submetem-se com facilidade, chegando mesmo a tolerar maus tratos.
Personalidade ansiosa - o padrão de comportamento é inibido e ansioso. Possuem uma baixa auto-estima. São pessoas muito sensíveis a críticas e rejeições, apreensivas e desconfiadas, têm por isso mesmo grandes dificuldades em manter relações sociais.
Personalidade histriónica – há uma grande tendência para a dramatização. Este tipo de pessoas vivem como se desempenhassem um papel, sendo a vida um enorme palco. São eternos "carentes afetivos", com comportamentos sedutores e, ao mesmo tempo manipuladores, exibicionistas, fúteis. Facilmente mudam de atitude e de emoções, deixando os outros perplexos. Tudo é levado ao exagero, desde as calorosas recepções a pessoas que acabaram de conhecer, até aos acessos de raiva e choro convulsivo, que ocorrem em situações de pouca importância.
Personalidade obsessiva - tendência ao perfeccionismo, para o rigor e disciplina, quer consigo, quer com os outros. Emocionalmente são pessoas frias e formais. Tendem a optar pelo trabalho em detrimento da família ou amigos e, quando estão com estes, costumam assumir um comportamento reservado, dominador e inflexível.
Personalidade narcísica - Os indivíduos com este transtorno têm um sentimento grandioso de sua própria importância. Habitualmente são presunçosos ou arrogantes. Nas suas atitudes está subjacente uma desvalorização dos outros, associada à apreciação exagerada de suas próprias realizações. Um indivíduo com este transtorno da personalidade acredita que é superior, especial ou único e espera que os outros o reconheçam como tal.
Causas e consequências
As causas destes transtornos geralmente são múltiplas e intimamente relacionadas com as vivências da infância e adolescência. Habitualmente o próprio sujeito não se mostra muito incomodado, até porque não possui a clara noção do impacto que o seu transtorno tem no meio social envolvente. São então os amigos e familiares que insistem para que procure uma ajuda.
Texto da autoria de Drª Teresa Paula Marques
Psicóloga Clínica.
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Transtornos de Personalidade
domingo, 8 de maio de 2011
A lipoaspiração é inútil?
Um estudo demonstra, pela primeira vez, que as gordurinhas removidas no procedimento reaparecem depois de um ano. E voltam mais perigosas
Depois de duas lipoaspirações, suas gordurinhas preencheram outras partes do corpo A secretária executiva Patrícia Simões é daquelas mulheres que nunca estão satisfeitas com seu corpo. Aos 18 anos, achando-se gorda após uma temporada juntando dólares nos Estados Unidos, resolveu investir as economias na mesa de cirurgia. Fez lipoaspiração no abdome, na cintura, nas costas e na parte interna das coxas. Mas não mexeu um centímetro na rotina. Continuou sedentária (por causa de um problema no joelho esquerdo) e ativa nas baladas e rodadas de cerveja com os amigos da faculdade. Cerca de um ano depois, apesar da barriga tábua e da cintura fina, tinha novas camadas de gordura nos braços e na parte posterior das coxas. Aos 22 anos, fez uma nova lipoaspiração para extrair os novos excessos. Hoje, com 34 anos, malhadora e bem mais cuidadosa com a alimentação, Patrícia diz que ainda se indispõe com suas gordurinhas extras, que nunca se distribuíram da forma como estavam antes da primeira lipoaspiração. “Engordo menos onde já mexi. Meus braços ficam mais gordos quando meu peso aumenta”, diz.
Histórias de “engorda pós-lipo” como a de Patrícia são comuns nos consultórios médicos. Agora, a ciência está começando a explicá-las. Segundo um estudo inédito realizado por pesquisadores da Universidade do Colorado, a lipoaspiração não consegue livrar definitivamente o corpo feminino da gordura localizada, pois ela sempre dá um jeito de reaparecer. Embora não da mesma forma. O estudo saiu na revista científica Obesity, do grupo da publicação britânica Nature.
Para demonstrar sua tese, os pesquisadores selecionaram 32 mulheres com idade entre 18 e 50 anos, saudáveis, não sedentárias e um pouco acima do peso, interessadas em fazer uma lipoaspiração. Elas poderiam retirar no máximo 5 litros de gordura. Dessas 32 mulheres, 14 passaram pelo procedimento, retirando gorduras subcutâneas da parte baixa da barriga, das coxas e dos quadris. As demais não fizeram nenhum procedimento emagrecedor. Formaram um grupo de controle, usado pelos pesquisadores para comparar com as que fizeram lipoaspiração. Todas foram orientadas a não alterar o estilo de vida. Elas relatavam estar com o peso estável por pelo menos três meses e manter uma dieta frugal de 1.700 calorias, em média. Por isso, era de esperar que seu peso se mantivesse inalterado nos meses seguintes. Exames sofisticados como ressonância magnética foram realizados em três momentos para monitorar as alterações no peso e na composição corporal de todas as mulheres: após seis semanas, seis meses e ao final de um ano.
O resultado foi que, um ano depois, as mulheres que haviam feito a lipoaspiração tinham recuperado quase toda a gordura retirada. O efeito estético adquirido logo após a cirurgia (classificado como “fabuloso” pelos pesquisadores) tinha sido preservado nas coxas e nos quadris. Mas a gordura tinha voltado, preferencialmente na barriga. Além disso, a gordura visceral, aquela que fica entre os órgãos, também apresentou tendência de aumento maior nas mulheres que fizeram lipoaspiração do que no grupo de controle. Essa gordura é mais comum nos homens. É mais perigosa para a saúde e não é removida na lipoaspiração.
"O cérebro cuida de manter o que ele considera
um nível adequado de gordura para o organismo"
TERI HERNANDEZ, pesquisadora da Universidade do Colorado
Os pesquisadores não sabem explicar por que a gordura aumentou em outros lugares após a lipoaspiração. Segundo uma teoria tradicional, quando os tecidos do corpo são retirados debaixo da pele, novas células de gordura (chamadas de adiposas) ficariam impedidas de se formar ali. Isso levaria o excesso de gordura a ser estocado em células adiposas disponíveis em outros lugares do corpo. Mas, nesse estudo, a lipoaspiração removeu células do abdome, e um ano depois havia gordura acumulada novamente ali. “Com base nos dados desse artigo, não podemos deduzir qual mecanismo levou à recuperação da gordura”, afirma Teri Hernandez, uma das autoras do estudo. Mas arrisca uma hipótese. Segundo Teri, a gordura é importante para estocar energia e regular o equilíbrio energético do corpo. “É possível que o cérebro cuide de manter o que ele considera um nível adequado de gordura corporal para o organismo”, diz.
O pequeno número de mulheres avaliadas dificulta conclusões mais assertivas. Teri diz que seria muito difícil conseguir um número maior de participantes para um estudo dessas características, feito dentro de um hospital. Mas afirma que sua pesquisa foi a primeira a demonstrar os padrões de redistribuição do tecido adiposo após uma lipoaspiração em mulheres. Até então, estudos semelhantes haviam sido feitos apenas com animais.
Segundo a endocrinologista Cíntia Cercato, de São Paulo, a principal contribuição do estudo é mostrar que a remoção de tecido gorduroso mais inofensivo, como o das coxas, resultou no aumento da gordura perigosa, do abdome e das vísceras. Para Rosana Radominski, também endocrinologista e presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, porém, o estudo não permite grandes conclusões. Ela acredita que o próprio estilo de vida das mulheres pode ter contribuído para o aumento nos depósitos de gordura. O médico Carlos Alberto Komatsu, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, afirma que a lipoaspiração não livra ninguém de engordar de novo se a alimentação e a atividade física não estiverem adequadas. “A cirurgia serve para motivar a mudança de hábitos e para tornar a silhueta mais proporcional”, diz Komatsu. “Quem faz uma reeducação alimentar tem resultados mais duradouros.”
Se o estudo é suficiente para dissuadir mulheres carnudas da ideia de fazer uma lipoaspiração, a conclusão mais provável é que não. Ao saber dos resultados do estudo, as mulheres do grupo de controle, que não fizeram a lipoaspiração, continuaram querendo a sua.
por FRANCINE LIMA
Época
Depois de duas lipoaspirações, suas gordurinhas preencheram outras partes do corpo A secretária executiva Patrícia Simões é daquelas mulheres que nunca estão satisfeitas com seu corpo. Aos 18 anos, achando-se gorda após uma temporada juntando dólares nos Estados Unidos, resolveu investir as economias na mesa de cirurgia. Fez lipoaspiração no abdome, na cintura, nas costas e na parte interna das coxas. Mas não mexeu um centímetro na rotina. Continuou sedentária (por causa de um problema no joelho esquerdo) e ativa nas baladas e rodadas de cerveja com os amigos da faculdade. Cerca de um ano depois, apesar da barriga tábua e da cintura fina, tinha novas camadas de gordura nos braços e na parte posterior das coxas. Aos 22 anos, fez uma nova lipoaspiração para extrair os novos excessos. Hoje, com 34 anos, malhadora e bem mais cuidadosa com a alimentação, Patrícia diz que ainda se indispõe com suas gordurinhas extras, que nunca se distribuíram da forma como estavam antes da primeira lipoaspiração. “Engordo menos onde já mexi. Meus braços ficam mais gordos quando meu peso aumenta”, diz.
Histórias de “engorda pós-lipo” como a de Patrícia são comuns nos consultórios médicos. Agora, a ciência está começando a explicá-las. Segundo um estudo inédito realizado por pesquisadores da Universidade do Colorado, a lipoaspiração não consegue livrar definitivamente o corpo feminino da gordura localizada, pois ela sempre dá um jeito de reaparecer. Embora não da mesma forma. O estudo saiu na revista científica Obesity, do grupo da publicação britânica Nature.
Para demonstrar sua tese, os pesquisadores selecionaram 32 mulheres com idade entre 18 e 50 anos, saudáveis, não sedentárias e um pouco acima do peso, interessadas em fazer uma lipoaspiração. Elas poderiam retirar no máximo 5 litros de gordura. Dessas 32 mulheres, 14 passaram pelo procedimento, retirando gorduras subcutâneas da parte baixa da barriga, das coxas e dos quadris. As demais não fizeram nenhum procedimento emagrecedor. Formaram um grupo de controle, usado pelos pesquisadores para comparar com as que fizeram lipoaspiração. Todas foram orientadas a não alterar o estilo de vida. Elas relatavam estar com o peso estável por pelo menos três meses e manter uma dieta frugal de 1.700 calorias, em média. Por isso, era de esperar que seu peso se mantivesse inalterado nos meses seguintes. Exames sofisticados como ressonância magnética foram realizados em três momentos para monitorar as alterações no peso e na composição corporal de todas as mulheres: após seis semanas, seis meses e ao final de um ano.
O resultado foi que, um ano depois, as mulheres que haviam feito a lipoaspiração tinham recuperado quase toda a gordura retirada. O efeito estético adquirido logo após a cirurgia (classificado como “fabuloso” pelos pesquisadores) tinha sido preservado nas coxas e nos quadris. Mas a gordura tinha voltado, preferencialmente na barriga. Além disso, a gordura visceral, aquela que fica entre os órgãos, também apresentou tendência de aumento maior nas mulheres que fizeram lipoaspiração do que no grupo de controle. Essa gordura é mais comum nos homens. É mais perigosa para a saúde e não é removida na lipoaspiração.
"O cérebro cuida de manter o que ele considera
um nível adequado de gordura para o organismo"
TERI HERNANDEZ, pesquisadora da Universidade do Colorado
Os pesquisadores não sabem explicar por que a gordura aumentou em outros lugares após a lipoaspiração. Segundo uma teoria tradicional, quando os tecidos do corpo são retirados debaixo da pele, novas células de gordura (chamadas de adiposas) ficariam impedidas de se formar ali. Isso levaria o excesso de gordura a ser estocado em células adiposas disponíveis em outros lugares do corpo. Mas, nesse estudo, a lipoaspiração removeu células do abdome, e um ano depois havia gordura acumulada novamente ali. “Com base nos dados desse artigo, não podemos deduzir qual mecanismo levou à recuperação da gordura”, afirma Teri Hernandez, uma das autoras do estudo. Mas arrisca uma hipótese. Segundo Teri, a gordura é importante para estocar energia e regular o equilíbrio energético do corpo. “É possível que o cérebro cuide de manter o que ele considera um nível adequado de gordura corporal para o organismo”, diz.
O pequeno número de mulheres avaliadas dificulta conclusões mais assertivas. Teri diz que seria muito difícil conseguir um número maior de participantes para um estudo dessas características, feito dentro de um hospital. Mas afirma que sua pesquisa foi a primeira a demonstrar os padrões de redistribuição do tecido adiposo após uma lipoaspiração em mulheres. Até então, estudos semelhantes haviam sido feitos apenas com animais.
Segundo a endocrinologista Cíntia Cercato, de São Paulo, a principal contribuição do estudo é mostrar que a remoção de tecido gorduroso mais inofensivo, como o das coxas, resultou no aumento da gordura perigosa, do abdome e das vísceras. Para Rosana Radominski, também endocrinologista e presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, porém, o estudo não permite grandes conclusões. Ela acredita que o próprio estilo de vida das mulheres pode ter contribuído para o aumento nos depósitos de gordura. O médico Carlos Alberto Komatsu, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, afirma que a lipoaspiração não livra ninguém de engordar de novo se a alimentação e a atividade física não estiverem adequadas. “A cirurgia serve para motivar a mudança de hábitos e para tornar a silhueta mais proporcional”, diz Komatsu. “Quem faz uma reeducação alimentar tem resultados mais duradouros.”
Se o estudo é suficiente para dissuadir mulheres carnudas da ideia de fazer uma lipoaspiração, a conclusão mais provável é que não. Ao saber dos resultados do estudo, as mulheres do grupo de controle, que não fizeram a lipoaspiração, continuaram querendo a sua.
por FRANCINE LIMA
Época
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Com Medida
Ninguém emagrece efetivamente sem reorganizar a vida e preparar-se para este evento. Emagrecer e ficar magro é uma condição que exige competência para lidar com a força imposta pela nova imagem corporal adquirida através do tratamento.
Martins – 1994
Martins – 1994
Subscrever:
Mensagens (Atom)