Ginástica emocional
Gerir emoções nem sempre é fácil. Consiga-o com a ajuda destes exercícios.
Grita à mínima contrariedade? Entra num pranto por qualquer motivo? Bloqueia perante o primeiro problema?
Se as suas respostas forem afirmativas, quer dizer que tem dificuldade em gerir as suas emoções. Mas esta situação tem solução. Para saber qual é, pratique estes seis exercícios, imprescindíveis para conduzir os seus sentimentos com inteligência e os seus conhecimentos com sensatez.
Até há alguns anos, a inteligência só estava relacionada com um coeficiente intelectual elevado. Mas de que é que lhe serve ser um génio da matemática ou da física se não sabe aplicar estes conhecimentos a uma causa social nem comunicar de forma adequada?
Hoje sabe-se que existem vários tipos de inteligência, e uma delas é a inteligência emocional, um termo criado por dois psicólogos da Universidade de Yale (Estados Unidos da América), Peter Salovey e John Mayer, e difundida mundialmente pelo psicólogo, filósofo e jornalista Daniel Goleman. É a capacidade de sentir, entender, controlar e modificar os estados anímicos e de os usar em seu benefício. É a capacidade de ajustar a sua expressão emocional de forma a melhorar situações, sem manipular nem reprimir sentimentos.
Afinal de contas, o que é a inteligência emocional?
Muitas vezes temos a impressão de que os sentimentos são o nosso aspecto mais incontrolável. Mas, na verdade, não há motivos para que assim seja. A inteligência emocional é a capacidade de manipular as emoções de forma a mantermos o equilíbrio psíquico, de nos desenvolvermos em sociedade e, assim, sermos mais felizes.
Ao longo da História, o homem tem recebido pistas para se tornar capaz de analisar as suas emoções e optar pelo caminho certo. E, desta forma, obter grandes benefícios para si mesmo e para os outros.
O medo, a alegria, a raiva, a tristeza, a culpa... são emoções básicas mas, dependendo da pressão que exercem sobre si, podem ser-lhe úteis ou prejudiciais. Só que isso de nada serve se não a pusermos em prática.
Passe à acção!
Tenha em conta que toda a gente tem inteligência emocional. Incluindo você. Mas é preciso exercitá-la!
E já está na hora de passar das palavras à acção e de se desenvolver plenamente como pessoa, aproveitando ao máximo todo o potencial deste tipo de inteligência.
Para o ajudar a exercitar a sua inteligência emocional, siga os seguintes passos.
Pronto para começar?
Vai precisar de um caderno e de um lápis para pensar e tomar nota. Escolha uma situação da sua vida que lhe provoque mau humor e siga as instruções passo-a-passo. Depois, reflicta!
A situação: Descreva o problema.
Escreva uma característica da sua personalidade que lhe desagrade. Só uma de cada vez, não se distraia com todas as situações incómodas da sua vida quotidiana. Aponte-a da forma mais objectiva que conseguir e lembre-se. Só uma característica concreta!
Exemplo: «Quero dizer ao meu companheiro que as nossas relações sexuais não me dão prazer».
Os erros: Pensamentos negativos exagerados, preconceitos...
São distorções na forma de ver as coisas. De acordo com o psicólogo clínico Fernando Lima Magalhães, os erros mais frequentes costumam ser «concentrar--se nas coisas negativas, a catastrofização (pensar só na pior hipótese), a adivinhação (prever o futuro), a leitura mental (adivinhar o que as outras pessoas pensam), rotular, generalizar, dramatizar e achar-se responsável por tudo e por nada».
Exemplo: Está a generalizar e a dramatizar, se tende a antecipar o que ele vai pensar ou como vai reagir.
As primeiras emoções: O que sinto quando me deparo com esta situação.
Identifique as emoções e sentimentos que essa situação lhe causam. Trata-se da primeira coisa que sente, a primeira coisa em que pensa perante esta situação, nomeadamente raiva, inveja, tristeza, angústia...
Exemplo: «Sinto medo, insegurança, culpa» (frases generalistas como, por exemplo, «sinto-me mal» não contam).
Os novos pensamentos: Reformule e procure o lado realista, útil e funcional.
Chegou o momento de modificar as distorções e de as trocar por pensamentos mais adaptados à situação, mais objectivos, mais justos e realistas.
Exemplo: Perante o pensamento anterior pode pensar «vou preparar bem o que quero dizer para não parecer agressiva».
Os primeiros pensamentos: O que penso quando tenho estes sentimentos.
Existem pensamentos que deram origem a essas emoções. Tem de identificá-los e escrevê-los tal e qual como lhe passam na mente, mesmo que incluam palavrões. Poderão ajudá-lo perguntas como «Porque sinto...?», «Em que é que pensei para sentir...?»
Exemplo: «Porque é que tenho medo? Porque ele(a) vai aborrecer-se e vamos discutir».
As novas emoções: Voltar a ter sentimentos equilibrados.
Depois de todo o caminho percorrido, já pode perguntar a si mesmo. Como é que me sinto agora, perante a mesma situação, e com os novos pensamentos? De certeza que se vai sentir muito melhor.
Exemplo: O novo pensamento «vou preparar-me bem...» vai reconfortá-lo e aliviá-lo.
Texto: Madalena Alçada Baptista
Revisão científica: Dr. Fernando Lima Magalhães (psicólogo no Centro Clínico e Educacional da Boavista,
no Porto)
A responsabilidade editorial e científica desta informação é da revista Prevenir
Fonte: Sapo Saude
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