segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Convocatória

Lisboa, 14 de Setembro de 2009

Nos termos do Art.º 12, nº 3 dos estatutos da CoMMedida – Associação de Apoio a Doentes do Comportamento Alimentar, convoco uma Assembleia-Geral para o próximo dia 3 de Outubro de 2009 (Sábado), pelas 10h00m, que vai ter lugar na sede da associação – Estrada da Luz, nº 118, 2º Frente, 1600-162 Lisboa.

Se à hora marcada não se encontrar presente ou representada pelo menos metade dos Associados com direito de voto, a Assembleia Geral reunirá em segunda convocatória, pelas 10h30m, no mesmo local, com o número de Associados que estiver presente ou representado, nos termos do Art.º 15º dos Estatutos.

A Ordem de Trabalhos é a seguinte:
1- Demissão em bloco da Presidente e da Vogal da Direcção; e da Presidente e Vice-Presidente da Assembleia Geral;
2- Eleição dos novos órgão directivos da CoMMedida.
3 – Revisão dos estatutos: Mudança da Sede.

De acordo com o Artigo 8º, nº 4, as candidaturas para os órgãos sociais devem constar de três listas separadas, sendo uma para cada um dos órgãos e deverão ser apresentadas ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral, até quinze dias antes da realização da Assembleia Geral eleitoral.
A posse dos membros que integram os órgãos sociais é conferida pelo Presidente da Mesa da Assembleia Geral, mantendo-se em funções os membros cessantes até aquela data.

Com os melhores cumprimentos,

Cátia Barroca
Presidente da Mesa da Assembleia Geral

Obesidade e tabaco são responsáveis por até 70% dos cancros

Especialistas alertam que factores de risco como a obesidade ou o tabaco são os responsáveis por até 70 por cento de todos os casos de cancro.

A Dra. María Álvarez, oncologista do Instituto Madrileno de Oncologia e assessora da Associação Espanhola contra o Cancro, mencionou outros factores de risco, como a exposição solar prolongada ou uma dieta inadequada muito rica em gorduras, além da obesidade, que aumenta o risco de sofrer de cancro até 50 por cento, e do tabaco, que é um factor importante para o desenvolvimento de tumores.

A oncologista destacou que o cancro pode ser prevenido numa percentagem muito elevada de casos, o que depende dos factores externos citados.

A especialista explicou ainda que existem três tipos de prevenção: os tratamentos de prevenção primária, secundária e terciária.

Em relação à prevenção primária, esta consiste numa série de actuações para evitar que se entre em contacto com o agente cancerígeno. Neste âmbito, figuram factores como não fumar, evitar a obesidade, fazer exercício físico, não consumir álcool, ter hábitos de alimentação saudáveis, nos quais se incluam frutas e verduras, ter as vacinas em dia, manter a segurança no trabalho, pois existem actividades onde os trabalhadores estão em contacto com substâncias cancerígenas.

Por outro lado, a prevenção secundária pretende diagnosticar a tempo um tumor, ou seja, impedir a evolução do cancro mediante um diagnóstico precoce, mesmo quando o tumor ainda não apresentou sintomas.

Por último, a prevenção terciária acontece após o cancro ser diagnosticado. Neste âmbito, englobam-se os tratamentos oncológicos e as medidas psicossociais para a reabilitação do paciente.

Fontes: EcoDiario
Publicado por Isabel Marques em www.farmacia.com.pt
Enviado por H.Vargas

domingo, 13 de setembro de 2009

Obesidade associada à recorrência do cancro da próstata

Um estudo norte-americano, publicado na revista científica “Cancer”, revelou que a obesidade aumenta o risco de recorrência do cancro da próstata tanto nos homens caucasianos como nos homens negros, confrontando investigações anteriores que sugeriam que a obesidade poderia ser mais significativa para os homens de raça negra.

De acordo com o investigador principal, o Dr. Stephen Freedland, do Centro Médico da Universidade Duke, a obesidade leva a um pior prognóstico de cancro em ambos os grupos.

O Dr. Freedland e o Dr. Jayakrishnan Jayachandran examinaram registos médicos de 1415 pacientes com cancro da próstata que se tinham submetido a uma prostatectomia radical. Os investigadores descobriram que a raça não tinham qualquer influência na relação entre a obesidade e a agressividade do cancro.

O Dr. Jayachandran referiu que descobriram que um Índice de Massa Corporal (IMC) mais elevado estava associado a um aumento significativo do risco de recorrência do cancro para ambas as raças.

Os investigadores referiram que não é clara a razão pela qual a obesidade aumenta o risco de recorrência do cancro da próstata, mas a alteração dos níveis hormonais pode ter influência.

A obesidade está associada a níveis mais elevados de estrogénio e mais reduzidos de testosterona, podendo acontecer que os níveis mais baixos de testosterona promovam tumores mais agressivos, como foi sugerido por estudos recentes.

Outras alterações relacionadas com a obesidade na produção de hormonas, tais como a insulina, o factor de crescimento semelhante à insulina ou a leptina, podem estar também envolvidas no desenvolvimento de um cancro da próstata mais agressivo.

Fontes: MedlinePlus
Publicado por Isabel Marques em www.farmacia.com.pt
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sábado, 12 de setembro de 2009

Obesidade associada a um maior risco de Alzheimer

O excesso de peso e a obesidade podem levar a um encolhimento de algumas áreas do cérebro, bem como a um maior risco de desenvolver a doença de Alzheimer. Esta é a opinião de investigadores norte-americanos que compararam o cérebro de 95 idosos, incluindo pessoas com peso a mais, obesidade e peso normal, tendo descoberto uma diferença significativa entre eles.

Os resultados revelaram que as pessoas obesas apresentavam tecido cerebral 8% vezes menor comparativamente a pessoas com peso normal, tendo o excesso de peso sido associado a uma redução de 4% do tecido cerebral. As análises revelaram ainda que as regiões mais afectadas pela redução, nomeadamente nos lobos frontal e temporal, áreas importantes do cérebro para o planeamento e para a memória, e ainda em regiões envolvidas na atenção e funções executivas e no movimento.

Os especialistas acreditam que essa perda de massa cerebral pode ser responsável por importantes deficits cognitivos.
"É uma grande perda de tecido, e ela esgota as suas reservas cognitivas, colocando a pessoa num risco muito maior de Alzheimer e outras doenças que atacam o cérebro", afirmou Paul Thompson, líder do estudo.

O risco da doença de Alzheimer pode ser reduzido através de uma alimentação saudável, praticamente regularmente exercício físico e mantendo o peso sob controlo, acrescentaram ainda os investigadores.

Apesar dos resultados, são necessários mais estudos para confirmar a relação entre a obesidade e problemas cognitivos, e desvendar as possíveis razões e mecanismos envolvidos.

Fonte: Boa Saúde
Publicado por pedro Santos em www.farmacia.com.pt
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sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Dieta pobre em hidratos de carbono prejudica as artérias

Cientistas norte-amerianos afirmam que as dietas pobres em hidratos de carbono e ricas em proteínas aumentam o risco de enfartes e ataques cardíacos por serem prejudiciais para as artérias

A equipa de investigadores do Beth Deaconess Medical Center, da Universidade de Harvard, testou três tipos de dietas diferentes em camundongos, notando que a alimentação rica em peixes, carnes e queijo provocava danos às artérias dos roedores.

Os animais foram divididos em três grupos, tendo o primeiro recebido uma dieta padrão, o segundo uma dieta ocidental rica em gordura, e o terceiro uma dieta pobre em hidratos e rica em proteínas.

Após o período de 12 semanas, os investigadores analisaram os animais, tendo identificado que a dieta pobre em hidratos não tinha alterado os níveis de colesterol nos animais testados. No entanto, a equipa identificou uma diferença significativa no impacto na arteriosclerose, formação de uma placa de gordura na parede arterial que pode conduzir a ataques cardíacos e enfartes.

Os resultados revelaram que os camundongos que receberam a dieta pobre em hidratos tinham ganho menos peso mas desenvolvido 15% mais de arteriosclerose comparativamente aos que seguiram a dieta padrão. Quanto ao grupo que recebeu a dieta ocidental registou um aumento de 9% nos níveis de arteriosclerose.

Apesar de não terem conseguido explicar as razões desse efeito, os investigadores sugerem que as dietas pobres em hidratos podem afectar o modo como as células da medula óssea limpam os depósitos de gordura nas artérias.

“Tudo indica que uma dieta equilibrada, combinada com exercícios frequentes é provavelmente melhor para a maioria das pessoas”, concluíram os investigadores.

Fonte: BBC
Publicado por pedro Santos em www.farmacia.com.pt
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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

SABIA QUE...

...Quando não comemos, entramos em “modo POUPANÇA de ENERGIA” e armazenamos mais gordura?

Foi esta a estratégia evolutiva que o nosso corpo adoptou para sobreviver, desde os primórdios da humanidade, a períodos de escassez de alimento.

Assim, se formos dividindo o que comemos ao longo do dia, estamos sempre a gastar o que ingerimos, e a “contrariar” esta tendência de armazenar gordura.

E hoje? Quantas refeições fez?

Carina Barroca
Nutricionista

Comer devagar ajuda a reduzir consumo de calorias

Estudo afirma que colocar porções mais pequenas de comida na boca e mastigá-la durante mais tempo pode ajudar a reduzir a ingestão de calorias, e assim a perder mais peso

Segundo os autores do estudo, efectuado pela Universidade de Wageningen, na Holanda, a prática faz com que as pessoas se sintam saciadas mais rapidamente, acabando assim por comer menos também.

No estudo foram avaliados oito homens e catorze mulheres saudáveis, com uma média de idades de 21 anos, que passaram a consumir uma determinada quantidade de pudim de chocolate.

Cada um dos participantes foi colocado em diversas situações, podendo escolher o tamanho da mordida do alimento, pequena ou grande, e ainda o tempo de mastigação, três ou nove segundos.

Os resultados revelaram que as porções menores de comida na boca e mastigadas durante mais tempo estavam associadas a um menor consumo de alimentos de forma geral, levando os investigadores a recomendar esta prática para aqueles que pretendem combater a obesidade.

Nutrição Virtual

Fonte: Farmacia.com.pt

terça-feira, 8 de setembro de 2009

FDA alerta que fármacos para perda de peso Xenical e Alli podem causar danos no fígado

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) referiu que o fármaco para a perda de peso orlistato, comercializado como Xenical e Alli, pode aumentar o risco de danos graves no fígado.

Entre 1999 e 2008, a agência norte-americana recebeu 32 relatos de danos hepáticos graves em pessoas que estavam a tomar orlistato. Entre estas pessoas, 27 necessitaram de hospitalização e seis sofreram de insuficiência hepática.

O orlistato bloqueia a absorção de gordura no estômago e intestino delgado e assim reduz a ingestão de calorias. Os efeitos secundários mais comuns do Xenical e do Alli são mancha oleosa rectal, flatulência com descarga fecal, sensação de urgência em defecar, fezes gordurosas/oleosas, evacuação oleosa, aumento da defecação e incontinência fecal, ou seja, o fármaco pode provocar diarreia gordurosa incontrolável. Para as pessoas que tomam o fármaco, estes efeitos secundários são um poderoso incentivo para não ingerirem comidas gordurosas.

Como o orlistato bloqueia a absorção de gordura, também bloqueia a absorção de vitaminas solúveis em gordura, como as vitaminas A, D, E e beta-caroteno. As mulheres que tomam orlistato são aconselhadas a tomarem suplementos multivitamínicos.

Um dos poucos sinais iniciais evidentes de alerta relativamente a danos no fígado é a icterícia, que se caracteriza pela cor amarelada da pele e da zona branca dos olhos. Outros sintomas de danos hepáticos podem incluir fraqueza, fadiga, irritabilidade, dores de cabeça, febre, urina castanha, fezes de cor clara, dor no lado direito abaixo da caixa torácica e prurido na palma das mãos e planta dos pés.

Fonte: Examiner.com
Publicado em Farmacia.com.pthttp://www.farmacia.com.pt/
Enviado por H.Vargas

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

PROIBIDA A VENDA DE LARANJAS A MENORES DE 18

53,6% da população adulta portuguesa tem excesso de peso. Isto quer dizer que metade dos nossos amigos são, de facto, AMIGOS DE PESO...

Com uma indústria alimentar empenhada na luta contra a obesidade e em processo de transição para a aposta numa imagem saudável (a forte tendência do mercado, naturalmente...), deparamo-nos com uma nova população em franco crescimento: os ortorécticos.

A ortorexia, que deriva das palavras gregas orthos, correcto, e orexis, apetite, traduz, mais do que a preocupação por uma alimentação saudável, uma verdadeira obsessão pela qualidade e procedência dos alimentos, a busca incontrolável por uma dieta equilibrada e o mais natural possível, livre de químicos ou aditivos.

Aqui não se sai de casa sem verdadeiros kits de sobrevivência. Isto porque nem sempre se encontram alimentos permitidos na rua; ir a casa a correr para mordiscar qualquer coisa pode ser de todo impossível; e uma mera refeição em casa de um amigo é quase sempre uma aposta de risco!

Será que somos incapazes de ter uma relação verdadeiramente ajustada com os alimentos? De alcançar um equilíbrio na alimentação sem aderir a um plano restritivo, desgastante e neurótico?

Talvez este “estilo de vida” (já que não se encontra ainda descrito entre as clássicas perturbações do comportamento alimentar) venha a ser o fio condutor de uma política de ataque à obesidade...

E isso assusta-me. Aterra-me o facto dos defensores da saúde pública poderem ver no rótulo do saco de um quilo e meio de cenouras não ecológicas uma oportunidade educacional...

Estaremos a um passo de ver escrito, numa embalagem de maçãs, verdinhas, normalizadas e enceradas, “ESTE PRODUTO PODE MATAR”?...

Cátia M Barroca
Psicóloga Clínica

sábado, 5 de setembro de 2009

Quando comer é uma doença

Ataques frequentes ao frigorífico em plena madrugada para devorar, de um trago e sem saborear, todos os doces e afins que por lá existam podem ser indício de uma desordem alimentar: as chamadas crises de voracidade alimentar.

As desordens alimentares estão na moda. Sobretudo a anorexia e a bulimia. Fala-se delas, escrevem-se livros, multiplicam-se reportagens com testemunhos, dão-se exemplos famosos, contam-se histórias de meninas que buscam a perfeição do corpo a todo o custo, com sacrifício da sua própria saúde.

Meninas com uma relação difícil com os alimentos, que encontram neles a culpa dos seus (tantas vezes imaginados) quilos a mais ou que encontram neles a expiação da sua culpa de não conseguirem ser perfeitas.

As anorécticas não comem devido ao seu medo intenso de ganhar peso, esforçando-se por mantê-lo abaixo do normal numa verdadeira ditadura em que a balança é o juiz supremo. Sentem-se gordas quando estão magras, sentem-se culpadas quando comem, perdem a auto-estima, pensam o pior de si próprias.

As bulímicas também se sentem culpadas e também vivem excessivamente preocupadas com o controlo do seu peso. Com a diferença de que soçobram a verdadeiros ataques de fome, comendo compulsivamente até que a culpa ou o medo de engordar as leva a uma luta dolorosa para provocar o vómito e assim expulsar os indesejáveis alimentos.

Em ambos os casos, esta obsessão pela perfeição do corpo implica alterações emocionais, da irritabilidade à tristeza, podendo culminar na depressão.

Quer a anorexia quer a bulimia são desvios do comportamento alimentar e têm em comum uma representação distorcida da forma corporal e um medo patológico de engordar. Em ambos os casos, as pessoas julgam-se pela sua forma física, constituindo estes os transtornos alimentares mais frequentes e também os mais conhecidos.

Não são, porém, os únicos e de um outro se começa agora a falar: as crises de voracidade alimentar. São protagonizadas por pessoas que perdem o domínio de si mesmas perante a comida. Pessoas que devoram uma grande quantidade de alimentos num curto espaço de tempo, quase sem mastigar ou lhes sentir o gosto. Pessoas que em cada um desses ataques ingerem para cima de três mil calorias, já que a voracidade se dirige sobretudo aos doces, hidratos de carbono e gorduras. Um ciclo vicioso, na medida em que estes nutrientes são os que mais estimulam a produção de serotonina, uma hormona que actua no cérebro e, entre outras funções, regula o apetite. Neste caso, aumentando-o.

Fonte: Saude Sapo

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Mulheres que sofrem de "drunkorexia" trocam comida por álcool

Por
JULIANA CALDERARI
colaboração para a Folha de S.Paulo

Aos 11 anos, Sueli (nome fictício) era uma criança bastante ativa. Fazia natação, ginástica rítmica e até se envolvia em competições. Seu peso era o esperado para uma garota de sua idade, mas, mesmo assim, Sueli não queria comer.

"De manhã, minha mãe mandava o lanchinho para a escola, mas eu não comia. No início, ele embolorava dentro da lancheira. Depois, comecei a jogar fora. À noite eu jantava, mas vomitava tudo", conta.

Sueli faz parte do grupo crescente de mulheres que, em algum momento da vida, desenvolverá algum tipo de transtorno alimentar --no caso dela, os 4% que sofrem de anorexia nervosa. O dado é do Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (Ambulim/IPq).

Seu drama alimentar se iniciou com uma anorexia com vômitos provocados. Mas não parou por aí. Com o repúdio aos alimentos, veio o uso de álcool e de remédios para emagrecer. "Com 13 anos, comecei a fazer regime. Estava pesando 67 kg para os meus 1,68 m quando comecei a tomar remédio para perder peso."

O álcool e as drogas psicoativas costumam ser usados para aliviar a dor e a ansiedade causadas pela fome, mas o contrário também acontece. Alcoólatras -ou alcoólicos, termo preferido por entidades ligadas ao tema- e dependentes químicos podem desenvolver transtornos alimentares.
Segundo uma pesquisa feita com 80 pacientes do Programa da Mulher Dependente Química (Promud/IPq), 56% das mulheres dependentes de álcool ou de drogas que estavam em tratamento tinham algum tipo de transtorno alimentar.

Dessa porcentagem, 41% tinham transtorno do comer compulsivo, 30% tinham bulimia e 8% eram anoréxicas. Os dados serão apresentados amanhã no 8º Congresso Brasileiro de Transtornos Alimentares e Obesidade pela psicóloga Silvia Brasiliano, coordenadora do Promud. "As mulheres com transtornos alimentares têm oito vezes mais chance de ter um transtorno relacionado ao álcool e a outras drogas", diz.

A droga mais procurada por quem sofre dos transtornos é o álcool, mas são comuns os casos de uso de anfetaminas, cocaína e crack, que também ajudam a aplacar a fome.

As anoréxicas passam a recusar a comida, mas a aceitar o uso dessas substâncias. As compulsivas geralmente tentam substituir a comida por alguma delas, enquanto as bulímicas juntam, à compulsão, formas de compensar a ingestão de calorias, como vomitar ou usar laxantes e diuréticos.

Foi o que fez Sueli para chegar aos 45 kg. "Durante um bom tempo, fiquei à base só de remédio. Passei 21 dias sem comer, só chupava limão. Comecei a ter quedas de pressão. Aí eu comia e vomitava tudo."

No ano que se seguiu, ela teve grandes alterações de peso e entrou no que se chama de "efeito sanfona". Teve que tomar injeção de corticoides para asma e engordou um pouco. "No fim do mesmo ano, estava com 68 kg. Engordei e fiz dieta de novo. Fui para 78 kg. No início do ano seguinte, eu já estava com 53 kg", lembra.

Para a psicanalista Dirce de Sá Freire, coordenadora do curso de especialização "Transtornos alimentares- obesidade, anorexia e bulimia", da PUC-RJ, a chave dos transtornos alimentares e da dependência de drogas é a mesma: a compulsão.

As duas psicólogas concordam que a sociedade moderna tem sua parcela de culpa nos transtornos. "Nossa sociedade é centrada no indivíduo e há enfraquecimento de vínculo social", afirma Brasiliano.

"Isso abre portas para o que chamamos de patologias do desamparo, como a compra e o jogo compulsivos", completa a coordenadora do Promud.

Dirce de Sá, da PUC-RJ, acredita que esse tipo de comportamento esteja ligado à dificuldade de estabelecer e obedecer a limites. "As marcas do nosso tempo são a falta de limites e o excesso. Estamos sempre à beira da transgressão", diz.

A isso soma-se a busca da imagem ideal, inalcançável para a maioria das pessoas.

"A mídia vê a magreza como padrão ouro de beleza. Há um estímulo a viver perigosamente", afirma o psiquiatra Hamer Nastasy Palhares, do Núcleo Einstein de Álcool e Drogas, do hospital Albert Einstein.

"Drunkorexia"

Musas da música pop como Amy Winehouse e Britney Spears, que frequentemente combinam o uso de álcool e drogas com pouca ou nenhuma comida, costumam influenciar as jovens.

Elas foram a inspiração para o transtorno que vai virar assunto da próxima novela das oito, a "drunkorexia" (em inglês) ou "ebriorexia" (em espanhol). Os nomes não são científicos, mas, segundo Palhares, podem ajudar a esclarecer o problema. "Não é um termo oficial, mas tem um apelo didático. Ajuda as pessoas a identificar que têm um problema", diz.

Embora seja novidade para alguns, os termos já são comuns em blogs de adolescentes. Depois das páginas que encorajavam a anorexia e a bulimia, o assunto da vez é a "drunkorexia".

Ágata (também nome fictício), 19, é um exemplo. Ela e uma amiga criaram uma comunidade no site de relacionamento Orkut para contar suas experiências.

Para não ingerir muitas calorias, Ágata costuma pular refeições e fazer jejum nos dias de festa ou de happy hour. "Evito comer, até para não pesar o estômago, para poder beber à vontade e sentir que minha roupa continua agradável", conta a estudante.

Casos como o de Ágata podem não parecer alarmantes, mas é tênue a linha que os separa da doença. "O divisor de águas é quando a pessoa passa a consumir o álcool a ponto de se envolver em problemas como atrasar no trabalho, provocar uma pequena batida de carro ou restringir a alimentação exageradamente", explica Brasiliano, do Promud.

Antes de frequentar bares ou festas, Ágata teve um "princípio de anorexia". Na época, ela tinha um fotolog onde exibia suas fotos e comunicava os avanços de sua dieta. Com o tempo, porém, a jovem desistiu da ideia e voltou a ganhar peso. "Recuperei todos os sofridos quilos que emagreci", conta.

"De 20% a 30% dos casos de aneroxia envolvem o uso de substâncias psicoativas. É comum haver dieta bastante restritiva e uso de álcool", afirma o psiquiatra Palhares.

Ele lembra que a prática, no entanto, é um péssimo negócio. "Um grama de álcool tem sete calorias, o que é quase o dobro do valor calórico de um um grama de açúcar."

Embora os transtornos alimentares atinjam principalmente as mulheres, eles não são mais problemas exclusivos delas. "Entre 10% e 15% dos anoréxicos são homens. Não é mais uma doença de gênero como se acreditava", diz a psicóloga Dirce de Sá.

Consequências

Ao se deparar com uma página similar à de Ágata na internet, Sueli não se conteve e enviou uma resposta à garota. "Resumi meu histórico para ela e espero que sirva para alguma coisa", diz.

Depois de conviver 25 anos com os transtornos alimentares e a dependência química, entrar em coma alcoólico e tentar o suicídio, ela vê no corpo os efeitos dessa combinação. Sofre de refluxo, hipertensão e problemas intestinais.

Atualmente, Sueli tenta manter sua compulsão sob controle, mas sem ilusões. "Não é fácil, é um problema para a vida inteira", reflete.
Editoria de Arte/Folha Imagem
Fonte: Folha On Line

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A INSACIABILIDADE DO CÉREBRO

Porque é que comemos demais? Será assim tão complicado controlarmo-nos? Escutarmos o nosso corpo e percebermos que já basta, que aquela quantidade de comida foi, de facto, suficiente?!

A verdade é que, contrariamente aos sinais de saciedade que o nosso corpo nos dá relativamente à alimentação real, o apetite do cérebro, em termos de estimulação, é insaciável.

É já sabido que a libertação de dopamina se encontra mais associada ao desejo do que ao prazer. Ou seja, a dopamina é responsável pelo aumento do DESEJO mas pouco relacionada está com o PRAZER.

Se tivermos em conta que o prazer não é mais do um “gostar” e o desejo mais do que um “querer”, concluímos que continuamos a comer desalmadamente não porque achamos termos ali uma fonte fiável de prazer, mas porque envolve o desejo.

Será que então comemos porque queremos e não porque realmente gostamos?! Que sempre que somos impelidos a pensar que é difícil deixar de comer demais porque nos dá prazer, estamos apenas a comer assim porque desejamos? Porque queremos?

Se pensarmos bem, da mesma forma que nem sempre desejamos as coisas que nos dão prazer, também nem sempre retiramos prazer daquilo que desejamos.

Temos, portanto, um longo caminho a percorrer...

Mas assumir que um “querer” não pode ter vontade própria é, definitivamente, meio caminho andado para o sucesso. Neste caso, para o emagrecimento.

Cátia M Barroca
Psicóloga Clínica

* A Dopamina, muitas vezes apelidada de “químico do prazer” é um neurotransmissor sintetizado por certas células nervosas que age em regiões do cérebro e desempenha um papel determinante na regulação e controlo do movimento, motivação e cognição.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Misto de alcoolismo e anorexia, 'drunkorexia' afeta mais as mulheres

Os transtornos alimentares, como anorexia e bulimia, por si só já são motivos de preocupação, principalmente entre as mulheres, as mais afetadas. No Dia Nacional da Saúde, comemorado hoje, 5 de agosto, o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) faz um alerta: seus portadores ou pessoas mais propensas a desenvolvê-los consomem bebidas alcoólicas em maior quantidade e frequência. Essa ligação será um dos temas abordados na próxima novela global, Viver a Vida, de Manoel Carlos. Na trama, a atriz Bárbara Paz terá drunkorexia, caracterizado por substituir refeições por álcool.

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De acordo com a Associação Brasileira de Transtornos Alimentares, uma pesquisa feita pelo Programa da Mulher Dependente Química verificou que mais da metade das dependentes de álcool ou de drogas que estavam em tratamento tinham algum tipo de transtorno alimentar.

Mas, afinal, qual é o motivo dessa relação? "Algumas pessoas fazem uso abusivo do álcool e de outras substâncias, como anfetamina e cocaína, para inibir o apetite. Outras bebem com o intuito de lidar melhor com os problemas. Com o tempo, podem se tornar alcoólatras, se a quantidade e a frequência aumentam", disse a psiquiatra Camila Magalhães Silveira, coordenadora do Cisa e uma das responsáveis pela revisão literária de 15 artigos científicos, publicados entre os anos de 2002 e 2009, sobre a coexistência de transtornos alimentares e a ingestão de bebidas alcoólicas.

Os dados colhidos pela médica mostram que, na Europa, especialmente na Espanha, Áustria e Eslovênia, a prevalência do uso de álcool é maior entre portadores de transtornos alimentares (34,1%) em relação à população saudável (26,9%). O consumo excessivo de álcool e o alcoolismo são identificados em 16% dos pacientes. Um estudo canadense realizado com mais de 9 mil mulheres observou que a chance de se tornar alcoólatra entre os 50 e 64 anos é seis vezes maior em quem tem sintomas de transtorno alimentar. O Brasil ainda não conta com números sobre o assunto.

Entre os tipos de transtornos alimentares, a bulimia nervosa está mais ligada ao álcool (acontece em 16% dos casos). "Isso porque as bulímicas têm atitudes compulsivas. Podem comer e beber muito e, depois, tomar atitudes compensatórias, como passar horas fazendo exercícios, provocar vômito, usar laxantes. As anorexas, por sua vez, adotam posturas mais restritivas." O segundo lugar do ranking (14%) fica com a anorexia nervosa purgativa e os transtornos alimentares sem outra especificação.

Transtornos
A coordenadora do Cisa disse que de 3% a 4% das mulheres brasileiras têm transtornos alimentares. "A mulher está mais disposta aos transtornos ansiosos em geral, excetuando a fobia social. Parecem ter preocupação maior em relação à estética do que os homens, além de sofrerem as variações hormonais." Adolescentes e jovens formam o grupo mais atingido.

Não há uma causa determinada para desenvolvê-los. É o resultado de um conjunto de fatores, como predisposição genética, obsessão por seguir padrões, dificuldades afetivas. Entre os mais comuns estão a anorexia (quando restringe a quantidade de alimentos por se achar gordo ou ter medo de engordar, sendo que já está bem abaixo do peso ideal), a bulimia (compulsão alimentar seguida por indução de vômito, uso de diuréticos ou de laxantes) e o comer compulsivo (ingestão de grande quantidade alimento em curtos espaços de tempo). A psiquiatra Camila disse que não há cura, porque existe a possibilidade de recaídas. O tratamento consiste em aliar remédios, terapia e mudança nutricional.

Alcoolismo
De forma geral, as brasileiras estão bebendo mais, como constatou uma pesquisa realizada pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas, do Ministério da Saúde, divulgada no mês de abril. O índice de consumo abusivo de álcool (mais de quatro doses) por pessoas do sexo feminino em 2008 é de 10,5%, contra 9,3% de 2007 e 8,1% de 2006.

A situação é mais complexa do que parece porque as mulheres tendem a desenvolver a dependência mais rapidamente que o homem. Além disso, sentem mais o efeito do álcool. "O organismo feminino tem uma menor quantidade de água e mais tecido adiposo. Assim, há um aumento na concentração de álcool no organismo. Para elas, três copos de chope equivalem a quase cinco em um homem", disse a psiquiatra Analice Gigliotti, presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead).

A ingestão excessiva de bebidas pode levar ao alcoolismo, uma doença também sem cura caracterizada pela perda de controle, prejuízos no cotidiano por conta do hábito, desejo compulsivo pela bebida e maior tolerância a ela. "O tratamento ideal combina terapia para evitar os gatilhos que fazem a pessoa beber, medicação para diminuir a compulsão e a síndrome de abstinência, além de conversar com a família para que possa ajudar o paciente. O alcoólatra não pode beber de forma alguma", disse Analice.

por Patricia Zwipp

Especial para Terra

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Meta Real - Maria Eliza Zuccon

O Meta Real foi idealizado pela química e terapeuta Maria Eliza Zuccon há 23 anos e tem conquistado muitos adeptos desde então

Mulher está sempre de dieta. Algumas vivem nessa situação por pura vaidade, outras realmente precisam emagrecer, mas a verdade é que fazer regime virou mania entre elas. E quando se fala em dieta, imaginamos logo restrição de doces, massas e gorduras e excesso de salada e coisas saudáveis. Mas existe um método que vai muito além disso. Já ouviu falar no Meta Real (Método Tático de Reabilitação Alimentar)? Une reeducação alimentar com mudança de certos padrões psicológicos e emocionais. E, acredite, esse tipo de dieta pode fazer com que você elimine até seis quilos por mês.

O Meta Real foi idealizado pela química e terapeuta Maria Eliza Zuccon há 23 anos e tem conquistado muitos adeptos desde então. Funciona como um "curso", em que o interessado conhece os métodos do Meta Real, se matricula e assiste uma vez por semana a palestras com temas relacionados a novas atitudes, autodescoberta, novas percepções. Além disso, os adeptos recebem material de reeducação alimentar formulado por nutricionistas.

"O diferencial do Meta Real é que nós não trabalhamos apenas com reeducação alimentar e sim com o psicológico, nós tentamos mudar a maneira das pessoas pensarem. O intuito é diferenciar a fome física da psicológica, porque a obesidade está, muitas vezes, relacionada com angústia e problemas emocionais que causam compulsão alimentar", explica Tamara L. Allgauer de Melo, orientadora do Meta Real de Fortaleza. Cuidando da alimentação...

Além de trabalhar o lado psicológico e a compulsão por alimentos, o Meta Real também estimula uma reeducação alimentar. Dessa forma, um material de apoio, elaborado por nutricionastas é distribuido para os adeptos da dieta.

1ª Fase:usar um disco alimentar – É como se fosse um guia que orienta a pessoa a montar a própria alimentação de maneira consciente com uma variedade grande de alimentos. A roda, que indica o que, quanto e como comer, é dividida em três grupos alimentares: os construtores (proteínas, como carne vermelha, ovos, aves), os energéticos (gorduras, cereais, açúcares) e os reguladores (frutas, verduras e legumes). Basta girar o disco, escolher uma das sugestões de cada faixa e variar seu cardápio.

2ª Fase:a pessoa já pode parar de usar o disco alimentar e introduzir no dia-a-dia qualquer tipo de alimento. "Nessa fase, a pessoa já está conscientizada de que não existe alimento que engorda ou emagrece, o que conta é a postura de cada pessoa. Ela tem que perceber que dá para comer de tudo, basta parar de comer quando sentir saciedade e não continuar comendo com gula", explica Tâmara, que ainda completa que também é importante comer devagar e saborear bastante os alimentos.

3ª Fase:ter consciência de que é para comer quando sentir fome física e abandonar o prato assim que sentir saciedade", diz a especialista.

O Meta Real estimula que as pessoas façam apenas as três principais refeições do dia: café da manhã, almoço e janta. "O sucesso desse tipo de dieta está no trabalho paralelo da mente com a alimentação. Dessa maneira, dificilmente a pessoa voltará a engordar e é possível perder até 1,5 kg por semana", finaliza Tâmara.

Depoimentos
Alessandra Chimenti, 39 anos – Sempre tive problema de obesidade. Iniciei meu primeiro regime com remédio aos 10 anos e fazia todos os regimes que apareciam, inclusive simpatias, mas nunca atingia minha meta até um dia que cheguei aos 120 kg. Aí uma tia me apresentou o Meta Real. No início tive um pouco de resistência, porque achava que seria só mais uma dieta. Sem nenhuma esperança, comecei a fazer o que foi proposto e o resultado começou a aparecer não só no corpo, mas também emocionalmente/psicologicamente, a mudança foi geral! Emagreci 50 kg em três anos!

Roseli Masi, 40 anos – Comecei a engordar aos 12 anos, quando comecei a me preocupar com minha aparência física e achar que estava gorda. Fiz as primeiras dietas, mas como não eram suficientes, apelei para simpatias, atividade física, fechar a boca e, enfim, tudo para tentar ficar magra, mas era necessário um esforço constante, pois ao menor descuido engordava de 5 a 6 kg.

Fui engordando e emagrecendo inúmeras vezes, até meu primeiro casamento aos 20 anos de idade. Antes de me casar, fiz uma dieta maluca, que chamei de "Dieta da maçã", onde eu não comia nada, quando ia desmaiar, comia apenas uma maçã. Cheguei a desmaiar algumas vezes! A partir daí comecei a engordar sem parar. Em menos de um ano, engordei mais de 20 kg. Fiz diversas tentativas para emagrecer e não conseguia bons resultados. Resolvi tomar remédios sem passar por um médico, usando a mesma fórmula de uma amiga. Emagreci 8 kg e no dia da minha formatura parei de tomá-los, pois tinha a intenção de beber e comer. Nos quatro meses seguintes, engordei 18 kg. Minha vida era assim: um verdadeiro ioiô.

Entre idas e vindas cheguei a pesar 30 kg acima do que eu desejava. Tentava de tudo: fechar a boca, chás milagrosos, remédios naturais, dietas da moda, mas nada adiantava. Com isso, me frustrava cada vez mais e continuava me agredindo, comendo cada vez mais. Foi ai que conheci a Meta Real. Na época estava muito acima do meu peso e não falava de outro assunto que não fosse emagrecer e comer... Trabalhava numa clínica odontológica e lá um dos dentistas comentou que tinha um paciente que havia emagrecido muito em pouco tempo na Meta Real (era exatamente o que eu queria) e outra dentista comentou que sabia onde era, peguei o endereço e fui conhecer uma reunião. Na semana seguinte comecei a frequentar. Emagreci 24 kg em dez meses. No total cheguei a eliminar 30 kg.

29.Ago.2009

fonte: O progresso