Porque é que comemos demais? Será assim tão complicado controlarmo-nos? Escutarmos o nosso corpo e percebermos que já basta, que aquela quantidade de comida foi, de facto, suficiente?!
A verdade é que, contrariamente aos sinais de saciedade que o nosso corpo nos dá relativamente à alimentação real, o apetite do cérebro, em termos de estimulação, é insaciável.
É já sabido que a libertação de dopamina se encontra mais associada ao desejo do que ao prazer. Ou seja, a dopamina é responsável pelo aumento do DESEJO mas pouco relacionada está com o PRAZER.
Se tivermos em conta que o prazer não é mais do um “gostar” e o desejo mais do que um “querer”, concluímos que continuamos a comer desalmadamente não porque achamos termos ali uma fonte fiável de prazer, mas porque envolve o desejo.
Será que então comemos porque queremos e não porque realmente gostamos?! Que sempre que somos impelidos a pensar que é difícil deixar de comer demais porque nos dá prazer, estamos apenas a comer assim porque desejamos? Porque queremos?
Se pensarmos bem, da mesma forma que nem sempre desejamos as coisas que nos dão prazer, também nem sempre retiramos prazer daquilo que desejamos.
Temos, portanto, um longo caminho a percorrer...
Mas assumir que um “querer” não pode ter vontade própria é, definitivamente, meio caminho andado para o sucesso. Neste caso, para o emagrecimento.
Cátia M Barroca
Psicóloga Clínica
* A Dopamina, muitas vezes apelidada de “químico do prazer” é um neurotransmissor sintetizado por certas células nervosas que age em regiões do cérebro e desempenha um papel determinante na regulação e controlo do movimento, motivação e cognição.
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