segunda-feira, 7 de setembro de 2009

PROIBIDA A VENDA DE LARANJAS A MENORES DE 18

53,6% da população adulta portuguesa tem excesso de peso. Isto quer dizer que metade dos nossos amigos são, de facto, AMIGOS DE PESO...

Com uma indústria alimentar empenhada na luta contra a obesidade e em processo de transição para a aposta numa imagem saudável (a forte tendência do mercado, naturalmente...), deparamo-nos com uma nova população em franco crescimento: os ortorécticos.

A ortorexia, que deriva das palavras gregas orthos, correcto, e orexis, apetite, traduz, mais do que a preocupação por uma alimentação saudável, uma verdadeira obsessão pela qualidade e procedência dos alimentos, a busca incontrolável por uma dieta equilibrada e o mais natural possível, livre de químicos ou aditivos.

Aqui não se sai de casa sem verdadeiros kits de sobrevivência. Isto porque nem sempre se encontram alimentos permitidos na rua; ir a casa a correr para mordiscar qualquer coisa pode ser de todo impossível; e uma mera refeição em casa de um amigo é quase sempre uma aposta de risco!

Será que somos incapazes de ter uma relação verdadeiramente ajustada com os alimentos? De alcançar um equilíbrio na alimentação sem aderir a um plano restritivo, desgastante e neurótico?

Talvez este “estilo de vida” (já que não se encontra ainda descrito entre as clássicas perturbações do comportamento alimentar) venha a ser o fio condutor de uma política de ataque à obesidade...

E isso assusta-me. Aterra-me o facto dos defensores da saúde pública poderem ver no rótulo do saco de um quilo e meio de cenouras não ecológicas uma oportunidade educacional...

Estaremos a um passo de ver escrito, numa embalagem de maçãs, verdinhas, normalizadas e enceradas, “ESTE PRODUTO PODE MATAR”?...

Cátia M Barroca
Psicóloga Clínica

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