Equipa de investigadores da Universidade da Califórnia estudou o cérebro de 23 pessoas
7 de agosto de 2013 - 10h06
A falta de sono provoca alterações na atividade cerebral que
levam as pessoas a sentirem mais fome e um maior desejo de alimentos que
engordam, revela um estudo publicado hoje na revista Nature
Communications.
Investigações anteriores tinham encontrado uma relação entre a
diminuição da duração do sono e o aumento rápido da obesidade nos países
industrializados, mas, até ao momento, os cientistas eram incapazes de
explicar porquê.
Neste estudo, uma equipa de investigadores da Universidade da
Califórnia estudou o cérebro de 23 pessoas, utilizando aparelhos de
ressonância magnética. A atividade do cérebro foi analisada após um
noite completa de sono e depois de uma noite “em claro”.
Nas pessoas privadas de sono foram observadas perturbações nas
regiões do córtex que avaliam a saciedade e as zonas associadas aos
desejos irresistíveis tinham sido fortemente estimuladas.
“Fizemos uma outra descoberta interessante, foi que os alimentos
mais calóricos eram particularmente procurados pelas pessoas privadas de
sono”, disse Matthew Walker, um dos autores do estudo.
“Todas estas descobertas podem potencialmente explicar a ligação
entre a falta de sono, o aumento de peso e a obesidade”, adiantou, em
declarações por correio eletrónico, à agência France Presse.
O investigador considerou que dormir suficientemente “pode
permitir controlar melhor o peso, através dos mecanismos cerebrais que
regem as escolhas alimentares”.
Em todo o mundo, mais de um terço dos adultos com mais de 20 anos
têm peso a mais e 11 por cento são obesos, segundo dados da Organização
Mundial da Saúde.
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