domingo, 28 de agosto de 2011

164 milhões de obesos nos EUA até 2030


Estados Unidos devem chegar a 2030 com 164 milhões de obesos, mostra estudo
O Globo (saude@oglobo.com.br)

RIO - Pesquisa publicada na revista Lancet, numa série sobre obesidade, analisa os números de americanos e britânicos que sofrem do problema, e seus impactos na prevalência de doenças e custos com saúde pública. Os resultados mostram que os Estados Unidos e o Reino Unido, que têm as maiores taxas de obesidade entre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), devem chegar ao ano de 2030 com 65 milhões e 11 milhões de adultos obesos a mais.

Há hoje 99 milhões de indivíduos obesos nos Estados Unidos e 15 milhões no Reino Unido. A prevalência difere de acordo com o sexo e o grupo étnico. Nos EUA, cerca de um quarto de todos os homens são obesos (independentemente da etnia). Quase metade das americanas negras (46%) sofrem do problema, comparadas com um terço das hispânicas e 30% das brancas.

Já no Reino Unido, a proporção de homens brancos obesos (19%) é só um pouco maior que a de homens negros (17%), e muito maior que a de asiáticos (11%). Um terço das mulheres negras britânicas são obesas, comparadas com uma em cinco mulheres brancas e uma em seis asiáticas.

Os autores elaboraram muitos cenários em seus modelos de análise. No primeiro, usaram dados americanos de 1988 a 2008 e britânicos de 1993 a 2008, para construir tendências históricas. A continuação da tendência até 2030 mostraria um cenário onde a prevalência da obesidade nos EUA cresceria de 32%, em 2008, para 50%, em 2030, entre os homens, e de 35% para entre 45% e 52%, entre as mulheres.

No Reino Unido, a prevalência de obesidade entre os homens cresceria de 26% para entre 41% e 48%. Entre as mulheres, passaria de 26% para entre 35% e 43%. Isso significaria uma estimativa de 65 milhões de adultos a mais nos EUA em 2030 - com o total de obesos somando 164 milhões -, enquanto que no país europeu haveria mais 11 milhões de adultos obesos - dando um total de 26 milhões de pessoas com o problema.

Essa realidade elevaria os custos do tratamento de doenças relacionadas com a obesidade para US$ 66 bilhões por ano nos EUA em 2030 (um aumento de 2,6% nos gastos totais com saúde). No Reino Unido, o aumento seria de 2 bilhões de libras por ano, fazendo os custos gerais com saúde subirem 2%.

Nos EUA, os gastos especificamente com causas relacionadas à obesidade aumentaria de 13% para 16% ao ano, com um quarto devido ao envelhecimento da população. No Reino Unido, os gastos com doenças relacionadas com a obesidade cresceriam mais rapidamente devido a sua população mais velha (a idade média dos homens nos Estados Unidos é de 36 anos e de 38 no Reino Unido). Assim, no Reino Unido os gastos de saúde com obesidade passariam para 25% ao ano, com 10% devido apenas ao envelhecimento.

O cenário acima significaria 7,8 milhões de casos extra de diabetes nos EUA em 2030, 6,8 milhões de casos de doença do coração e acidente vascular cerebral, e 539 mil novos casos de câncer. No Reino Unido, isso representaria 668 mil casos a mais de diabetes, 461 mil de doença coronariana e 130 mil de câncer.

Os autores, das universidade de Columbia, nos Estados Unidos, e de Oxford, no Reino Unido, dizem que os muitos problemas de saúde crônicos e agudos associados ao excesso de peso é um fardo para uma sociedade - não apenas por afetar negativamente a qualidade de vida no que diz respeito à saúde, mas também por representar custos para os indivíduos afetados e para a sociedade como um todo, principalmente com os gastos da saúde pública, mas também pela queda da produtividade.

Plantão | Publicada em 26/08/2011 às 10h53m
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