segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Ortorexia Nervosa

Mais uma armadilha do culto ao corpo: a ortorexia
Cuidar da saúde seja algo necessário para se adquirir mais qualidade de vida

Embora cuidar da saúde seja algo necessário para se adquirir mais qualidade de vida, estudos clínicos afirmam que a preocupação obsessiva e pa-tológica com os hábitos sau-dáveis pode dar início a uma grave doença, a ortorexia nervosa. Apesar de ainda não ser muito conhecida, a ortorexia foi descrita pela primeira vez pelo médico americano Steven Bratman, que batizou esse termo baseado num neologismo grego (orthós significa “correto” e oréxis quer dizer “apetite”).

Os ortoréxicos não consomem, em hipótese alguma, produtos ricos em gorduras, conservantes, herbicidas, pes-ticidas, corantes, carnes ver-melhas ou outros agentes que podem ser prejudiciais à saúde. Nesse caso, diferentemente das pessoas anoréxicas, que se preocupam apenas com as calorias e o ganho de peso, a obsessão é pela qualidade e procedência dos alimentos e a busca incontrolável por uma dieta equilibrada e o mais natural possível, livre de impurezas.

A nutricionista Alissa Gonçalves Mesquita diz que a preocupação com a alimentação é muito importante, mas as pessoas criteriosas demais com estas questões podem prejudicar a saúde e transformar esse hábito em uma doença. “Esses indi-víduos acreditam que apenas cereais e vegetais são alimentos saudáveis. Não que estes não sejam, são alimentos saudáveis sim, mas quando se chega a um extremo, passa a ser prejudicial a saúde”, salienta Alissa.

Segundo ela, os orto-réxicos deixam de consumir alimentos ricos em nutrientes essenciais, para consumir, por exemplo, somente vegetais. A conseqüência do consumo de poucos alimentos é inúmera, como, por exemplo, a anemia, a carência vitamínica e também as hipervitaminoses, causadas pelo excesso de complementos vita-mínicos.

Para a psicóloga Roberta Fonseca, a busca obsessiva da perfeição do corpo tem várias formas de se manifestar e algumas delas diferem notavelmente entre si. “Existem os transtornos alimentares mais tradicionais, que são a anorexia e bulimia nervosas. Já a ortorexia é desencadeada por culto ao corpo e publicidade de produtos supostamente saudá-veis ou enriquecidos.A falta de auto-estima e o medo do fracasso são outros condicionantes que acompanham os pacientes. As mulheres de 18 a 40 anos, da classe média, são apontadas como o grupo que pode ser mais vulnerável a serem acometidas por esse transtorno”comenta Roberta,

dizendo que existem casos de ortorexias que acabam em anorexias, porque os ortoréxicos preferem não se alimentar a recorrer à comida que considerem ‘‘impuras’’ e prejudiciais à saúde. Muitas vezes o desejo de querer fazer uma dieta alimentar não é visto como um início para a doença, pois se trata de um comportamento tido como “normal”, que é estimulado dentro do seio familiar. “A procura por uma alimentação saudável é fundamental, porém a orientação de uma nutricionista passa a ser indispensável nessas circunstâncias. O problema também pode ser de psicologia, pois as pessoas podem criar mitos de ‘serem saudáveis’, prejudicando a auto-estima, dificultando a socialização, dentre outras situações”, encerra a psicóloga Roberta.

Fonte:O Combate

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